segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vivia Assim


Vivia assim, sem razão
Felicidade fora de questão
Caminho longo, atrás das nuvens
Errando os passos na multidão
Dizia a todos, de coração
Sentia triste, a não ser que mude

Tanta raiva acumulada
Amortecida, em meio às palavras
Tornando-se comum aos olhos de quem nutre
E a alegria ultrapassada
Se contrapondo, em meio ao nada
A todo o mal que sempre surge

Vivia assim, sem reação
Sem atitude ou opção
E sem coragem de dizer tudo
Felicidade fora de questão
Caminho errado, querendo ou não
Vivia triste... Mais um no mundo
E aquela raiva acumulada?
Amortecida? Que nada!
Alegria ultrapassada
Se contrapôs, em meio ao nada
A toda a dor das palavras
A toda a dor das palavras





Márcio 31/01/2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cuide Bem Do Seu Amor

Os Paralamas do Sucesso - Cuide Bem Do Seu Amor
(Herbert Vianna)


A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...









P.S.: Faltava uma música daquele que, pra mim, é um dos melhores compositores do pop rock nacional ainda em atividade, e escolhi essa música pela mensagem linda que ela passa... Muito boa pra refletir!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sobre Mudanças e Perdões


Há tempos estava pensando em um novo post pro blog, mas a falta de tempo e de criatividade me impediam... Até que nessa semana, conversando com uma amiga de anos, surgiu o assunto: perdão. Na teoria todos se dizem tolerantes, mas quando paramos pra pensar, será que realmente somos?
Sim, porque de nada adianta o perdão da boca pra fora, de nada adianta dizer que perdoou e ficar remoendo o passado sempre. Todo mundo erra, mas quando nos dispomos a relevar um erro cometido contra a gente, em prol de uma amizade ou de um relacionamento qualquer, temos que deixar de lado o que passou (ou pelo menos guardar pra gente, sem deixar que a mágoa atrapalhe).
Não adianta tentar mudar alguém, só porque essa pessoa age de uma maneira que não te agrada. Muitas vezes, é preciso deixar de lado o orgulho, e aprender a aceitar as diferenças, mudanças têm que partir de si mesmo, e não serem impostas pelos outros. Questão de personalidade.
Sobre mudanças e perdões, sempre é bom pensar bem no que vai se fazer, quando se envolve sentimentos e atitudes...
A maioria das pessoas desperdiça momentos raros na vida pelo orgulho, ou pela falta de tolerância, ou por não entender que cada pessoa é diferente da outra, sendo assim, machucamos sempre uns aos outros, não praticamos o perdão em sua essência, não mudamos nunca.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nunca Soube Por Que


Nunca soube por que, mas tinha medo de perguntar. Todos aqueles anos longes um do outro, os fizeram muito diferentes do que foram. Era a mesma pessoa que estava na sua frente, os mesmos olhos, o mesmo sorriso tímido, mas na essência ela parecia tão mudada... Um pouco mais forte e decidida, muito distante da menina que dormia com a luz acesa, que podia passar horas deitada vendo as estrelas.
Nunca soube por que, mas um dia se distanciaram. Eram feito irmãos. Mais do que isso, cúmplices mesmo. Ouviam as mesmas coisas, iam aos mesmos lugares, compartilhavam dos mesmos sonhos... Não tinha o que não soubessem, um da vida do outro. Mas o que levou anos para ser construído, tão facilmente se perdeu. De uma forma natural, assim mesmo. Vieram as brigas sem motivo, as desconfianças, tolice! Por que será que nos afastamos das pessoas assim? Nunca soube, queria tanto saber. Não conseguia prestar atenção em nada do que ela dizia, cinco anos depois pouco importava saber das suas viagens para Paris, ou Londres, ou Nova York, ou sabe-se lá para onde ela tinha dito que foi. A mente dele viajava, para alguma tarde de verão na praça, um chimarrão, uma roda de amigos, alguma coisa besta que fez todo mundo rir, o último dia em que consegue se lembrar dela, como sempre foi com ele, a melhor companhia.
Até que foi desperto do sonho, pela mesma voz que ouvia:
- Ooi? Tu não tá prestando atenção em nada do que eu tô dizendo?! O que que te deu??
- Tô sim. Continua. É que tu fez tanta coisa nesses cinco anos, e eu parei no tempo. Naquela tarde na praça, te lembra? Quando a gente achava que o maior problema era uma nota baixa na faculdade, e quando eu achava que a vida toda ia ser assim. Agora tu tá aí, sentada na minha frente, falando do teu novo mundo, e eu continuo perdido no mesmo lugar. Nessa cidade que não tem mar, nessa vidinha sem graça.
Aquele sorriso tímido que ela carregava, desapareceu. Mas mesmo assim, conversaram por mais umas duas horas, até que ela entrou naquele ônibus, e mais uma vez foi ficando longe. E ele imerso em seus pensamentos. Nunca soube por que, mas nunca mais voltou naquela praça, foi embora daquela cidade sem mar, daquela vida sem graça, nunca mais a viu, ou soube notícias. E ainda hoje se pergunta, por que será que as pessoas entram e saem assim das nossas vidas, sem aviso, sem saber o porquê.





Márcio 09/01/2011